Faz um tempão!!!

Oi minhas lindas!!!!

 

Faz um tempão que eu não posto, eu sei!

Vamos vivendo esta ciranda da vida, onde nos apressamos não sei para quê!!! Li um artigo recente da filósofa Márcia Tiburi  na revista Cult – sobre o complexo do coelho no livro  Alice no País das Maravilhas – do autor Lewis Carroll – e simplesmente me vi.

Sim, corremos todos os dias para atendermos a todas as tarefas e compromissos e corremos mesmo quando não as temos porque parece que se pararmos, ele,  o tempo,  escorrerá pelas nossas mãos e então o teremos desperdiçado para sempre.

Na história de Alice no País das Maravilhas o coelho branco está sempre apressado, à procura do seu relógio porque não pode se atrasar a seus compromissos com a Rainha de Copas. O que acontecerá se ele faltar a seu compromisso? Provavelmente ele perderá sua cabeça!

Esta é uma metáfora muito interessante que realmente nos aprisiona à ideia de que o tempo tem que ser encarcerado a uma agenda, e esta agenda deve ser cumprida dia após dia incessantemente, senão…

“Parar” significaria impedir que uma engrenagem continue o seu trabalho em um ritmo sem fim. Nos resta  saber se isso é bom ou ruim.

Percebemos que a pressa nos afasta do pensar. Enquanto corremos não refletimos e se não refletimos, não questionamos.  Sei que vivemos tempos obscuros e que o pensar pode acionar a nossa luz interna de alerta. Olhamos para dentro e talvez vejamos coisas que não queiramos ver. Olhamos pra fora e com certeza, vemos coisas que não queremos ver. Nos resta acelerar para não ver. Será?

Mas o sol de verão no Brasil, ainda parece aquecer os corações e permitir alguns momentos de desaceleração, para alguns, enquanto muitos ainda rodam sem cessar a engrenagem.  Domenico Di Masi, sociólogo italiano, quando falava do ócio criativo apontava justamente para a a importância do tempo livre.

Hoje do alto de nossa experiência de vida, pós 40, pós 50, pós 60 e 70 vamos adquirindo a compreensão do quanto a desaceleração é vital para vermos o tempo como a possibilidade de aproveitarmos a vida de forma intensa; e que deixar agenda de lado, muitas vezes faz bem.

Desacelerar pode nos permitir nos apropriarmos de um tempo que é nosso e de mais ninguém.

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